31/08/2012

MERGULHANDO NAS ÁGUAS DE SILOÉ

Siloé, era uma poço, localizado em Jerusalém, fora dos muros da cidade. Siloé, em hebraico, Selá: "O Enviado ou Remetente". Este poço, tinha uma importância peculiar nas cerimônias de comemoração da Festa dos Tabernáculos. No encerramento da festa, dia de sábado, era costume dos Judeus, usar um jarro de ouro, com água tirada do poço e derramar sobre as escadarias que ficavam diante do templo de Jerusalém. O ritual, era para relembrar o milagre que Moisés havia feito no deserto, quando feriu a Rocha e dela saiu água. (Nm 20:11)

No Evangelho de João, temos o relato da participação de Jesus na Festa dos Tabernáculos: "E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e clamou dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem crê em mim, como diz a escritura, rios de água viva correrão do seu ventre" Jo 7:37,38. Jesus, estava ali, naquela tradicional festa judaica, se revelando como "As Águas de Siloé", "O Enviado". Nós, o templo, Ele, A Fonte. As pessoas tinham acesso ao templo, através da escadaria. Ela, representa nosso coração, nosso espírito. Ao recebermos "Siloé", em nossas vidas, estamos prontos para adentrar no santo lugar. O lugar, reservado para todos os que creem e se arrependem.
"Sobre tudo que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida" Pv. 4:23

Ao procurar por respostas sobre as questões de vida e morte, o destino do homem, da alma o pós-morte, me deparei com Siloé. Jesus, foi O Único, que saciou minha alma, definitivamente. Busquei a Verdade, como um sedento, em meio a um deserto procura por água. Nenhuma ideologia, filosofia, terapia, ou coisa parecida, foi capaz, de alcançar meu coração. Entendi, que existe uma grande diferença, entre mente e coração. A mente representa nossas vontades. O coração, o âmago, a criação, que necessita desesperadamente do Criador.

"Porque Deus enviou O Seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele" Jo 3:17
 
Jesus, na Festa dos Tabernáculos, estava dizendo: "Eu Sou O Enviado, Siloé"! O poço, de Jerusalém era essencial para os habitantes da cidade. A ele, recorriam muitas famílias, por ali, devido ao grande fluxo de pessoas, perambulavam mendigos, em busca de algumas moedas. Um deles, foi notado por Jesus. Era cego, de nascença. Jesus, cuspiu na terra, misturou saliva com lodo, untou os olhos do cego e disse;

"Vai, lava-te no tanque de Siloé. Foi, pois, e lavou-se e voltou vendo" Jo 9:7

Em Siloé, reside a vida. Nossos olhos são abertos em Suas Àguas. Se você, está fraco e abatido. Sem certeza da salvação, sem felicidade em seu coração, "lava-te em Siloé". Somente Ele, pode renovar sua visão. Ele, te ama. Por todos os dias é Ele quem diz: "Eis-me aqui, se tens sede, bebe de Mim". Um manancial jorrará em seu ventre, eternamente.

28/08/2012

JACÓ - A LUTA DO HOMEM COM DEUS

Texto: Gen. 32:22-32

Introdução: Jacó era trabalhador (Gn.31:40), afetuoso (Gn.29:18), astuto (Gn.25:31-33), religioso (Gn.28:10,20), porém era um crente carnal. Era filho de crente, fazia promessas e cultuava a Deus. No entanto, tinha tremendos problemas de caráter, era enganador, oportunista e ganancioso (Gn.27:18-29, 42-43).
Além do seu caráter fraco, tinha uma inimizade com seu irmão Esaú. Mas Deus encontrou Jacó e este lutou com o Senhor e prevaleceu.

1) Consciência da sua realidade
Jacó viu que não podia mais permanecer como estava. Servia ao seu sogro Labão. Desejava voltar à casa paterna. Estava tomando consciência da sua insatisfação.

1.1 - Insatisfação pessoal. Ele queria uma nova vida (31:3). Ele sabia que ali não era o seu lugar.

1.2 - Insatisfação interior. Tinha tudo, mas se sentia infeliz (31:5).

1.3 - Insatisfação espiritual. Queria experimentar aquilo que só conhecera de maneira religiosa: conhecer Deus pessoalmente.

2) Indo ao encontro de Deus
Para encontrar Deus, Jacó teve que satisfazer dois requisitos:

- Reconciliação (32:11, 18; 33:10). Jacó reconciliou-se com o seu irmão. As pessoas que desejam ter um encontro profundo com Deus, precisam primeiro reconciliar-se com o seu irmão.

- Solidão (Gn.32:22-24). Assumiu uma posição de solidão total diante de Deus. Podemos ouvir Deus constantemente, mas em um determinado encontro precisamos estar sós.

3) Encontro com Deus
Nunca é tranqüilo encontrar-se com Deus, pois este encontro implica luta. Nossa natureza pecaminosa rebela contra a santidade de Deus.

- Carne x Espírito - O espírito anseia por comunhão, oração, por dedicação pela prática dos dons e princípios espirituais, mas a carne anseia por coisas que lhe dão prazer, que a faz sentir bem, muitas vezes implica em corrupção, pecado, mentira...

Ilustração: Vide exemplos diários:
Ah, pastor, eu gostaria muito de ajudar nas visitas aos necessitados, mas eu adoro uma praia!
Eu sei que tenho dinheiro para enviar um missionário para pregar o evangelho nos países muçulmanos, mas estou precisando tanto de umas roupas novas.
Gostaria tanto de ter uma vida consagrada com Deus, mas gosto tanto de um homem casado.
Queria tanto me envolver com a igreja, mas estes negócios ilícitos me dão um dinheirinho que me ajudam tanto... Sem isto eu não sobreviveria.

- Egocentrismo x Altruísmo - O ser humano só pensa em si mesmo nos seus problemas, nas suas necessidades, nos seus sonhos. É muito difícil abrir mão de si em favor do outro.

- Desejo de ser servido x Servir a outros. - Desejamos um encontro com Deus, desde que não tenhamos que servir a outros.

- Pretensão de liderar x Submissão de ser liderado. - Muita gente deseja um encontro com Deus não para ser ensinada, admoestada, conduzida, mas porque deseja um aval divino para se projetar como líder. Deus quer liderar os seus servos, mas muitas vezes o servo quer apenas usá-Lo para se afirmar.

4) Implicações e resultados da luta do homem com Deus
No encontro do homem com o Senhor gera conseqüências:

4.1 - O homem é desconjuntado. Diante de Deus o homem não pode ficar em pé. Somos quebrados por sua majestade.

4.2 - O homem se agarra com Deus. É necessário se agarrar com o Senhor com todas as nossas forças.

4.3 - O caráter é mudado. Jacó foi mudado de enganador para campeão de Deus.

4.4 - Deus se torna um amigo. Quando encontramos com Deus, recebemos a salvação.

4.5 - A marca de Deus. Deus marca a pessoa, mesmo que esta se afaste dos caminhos do Senhor, jamais perderá a marca no coração.

4.6 - Testemunho eficaz. Influencia outras pessoas e gerações. Todos reconheceram o encontro de Jacó com Deus, e o Senhor ia cumprir nele sua promessa.

Conclusão: O encontro do homem com Deus é inevitável. Apesar do homem fugir, evitar, esconder-se, isto sempre acontece. É quando Deus vai de encontro ao homem para confrontá-lo com o seu pecado, com sua incapacidade, com suas necessidades interiores. Cabe ao homem vencer Deus e sair marcado deste encontro, tendo-O como amigo e sair de posse da sua benção.

26/08/2012

LO DEBAR NAO É MAIS SEU LUGAR

lodebar
Muitas vezes somos expostos a sentimentos, emoções e situações que geram feridas profundas em nossa alma e acabam por influenciar nossas atitudes, a forma como nos relacionamos com outras pessoas e até mesmo nossa condição de vida.
Em I Samuel 18:1-4, vemos o estabelecimento de um pacto de amor entre Jonatas, filho do rei Saul e príncipe herdeiro do trono, e Davi, ungido por Deus para ser o próximo rei de Israel. No capítulo 31:2 vemos a morte de Jonatas e, em II Samuel 1:26 vemos Davi chorando a morte de Jonatas.
Em II Samuel 4:4 somos apresentados a Mefibosete, filho de Jonatas que, aos cinco anos de idade, tornou-se aleijado devido a uma queda quando sua ama saiu às pressas, após receber a notícia da morte de Saul e Jonatas.
Esse menino, neto do rei e filho do príncipe herdeiro, estaria destinado à sucessão do trono de Israel, caso seu pai não tivesse morrido. Agora, aleijado, já não teria mais o direito de pleitear ao trono. Não teve uma infância normal. Não correu com as outras crianças. Foi levado a Lo Debar, e lá ficou e foi levando sua vida. Já não possuía mais a riqueza de Saul e Jonatas. No esquecimento, na obscuridade, vivia em Lo Debar.
Porém, muitos anos depois, Davi lembrou-se daquela aliança com Jonatas e procurou saber se havia algum descendente vivo, para que pudesse usar de bondade para com ele (II Samuel 9:1-13). Falaram-lhe sobre Mefibosete. Imediatamente, pediu que o trouxessem à sua presença. Mefibosete apresenta-se como “um cão morto”. Aqui vemos a auto-estima de um homem que não tinha mais perspectiva alguma na vida. Um cão morto. Nem se considerava mais gente. Simplesmente um cão morto.
Naquele momento, por amor a Jonatas, Davi lhe restitui tudo que pertencia à sua família, ao seu pai e ao seu avô. Davi também determina que, daquele dia em diante, ele comeria todos os dias à sua mesa e seria tratado como um de seus próprios filhos.
De cão morto em Lo Debar a filho do rei em Jerusalém.
Assim Deus faz conosco. Por amor a Jesus, que morreu por nossos pecados, Deus nos chama de Lo Debar, aquele mundinho que criamos para nos escondermos das circunstâncias adversas da vida e acabamos nos acostumando à miséria, auto-comiseração, mediocridade, inércia, medo, frustração, falta de perspectiva.
Deus nos chama de Lo Debar para o Seu palácio onde, por amor de seu filho, ele nos oferece sua mesa, para que dela comamos todos os dias, em sua presença. Na mesa do rei está todo o suprimento que necessitamos. E está lá, à nossa disposição. Somos tratados como filhos e já não temos mais nada a ver com Lo Debar. A única coisa que temos que fazer é comer da mesa do rei. Nos alimentarmos da Sua Palavra, em sua presença, todos os dias de nossas vidas.
Nesse momento, tudo o que vivemos em Lo Debar já não conta.
Entretanto, muitas vezes nós saímos de Jerusalém e retornamos a Lo Debar. Quando não damos ouvidos à Palavra de Deus, quando não entramos em sua presença em oração e permitimos que os velhos medos, frustrações, desesperos, falta de perspectiva ocupem novamente nossas mentes.
A boa notícia do evangelho é clara: LO DEBAR NÃO É MAIS O SEU LUGAR! Você foi chamado pelo rei para comer da sua mesa. Deixe Lo Debar para trás e nunca mais retorne para lá, você não precisa mais disso. Jesus já pagou o preço, sofreu em nosso lugar, para que agora tenhamos acesso ao trono do Pai.

DAVI E O SEGUNDO PECADO

Por que Deus foi tão severo com o povo de Israel quando foi Davi que pecou ao numerá-lo?

Davi, como bom pastor, é uma figura de Cristo no Velho Testamento. Quando ainda muito jovem ele cuidava do rebanho de ovelhas do seu pai, e aprendera a cultivar as virtudes necessárias para ser um bom pastor. Nisso Deus o preparou para mais tarde ser o rei de Israel, e pastorear aquele Seu rebanho. Foi também o aprendizado pelo qual passaram Moisés e o profeta Amós.
Depois de ser ungido e aclamado rei, Davi expulsou os inimigos que oprimiam o povo, ganhou para eles uma capital, Jerusalém, onde consolidou o culto a Deus no tabernáculo, levou para lá a arca do concerto com grande júbilo e instituiu ordem nas fileiras de sacerdotes e levitas, corais e acompanhamento instrumental. Dotado ele próprio de grande talento poético e musical, ele compôs grande parte dos salmos (literalmente: o arranhar dos instrumentos de cordas), inclusive o célebre Salmo 23 que trata do Senhor como Bom Pastor.
A sua fidelidade ao SENHOR, o Deus de Israel, e ao cumprimento das Suas leis e preceitos foi exemplar, ao ponto de ser o alto padrão mediante o qual foram medidos todos os seus descendentes no trono de Judá. Embora fosse um homem segundo o coração de Deus, ele tropeçou algumas vezes, e dois dos seus pecados, revelados na Bíblia, se salientam pelas conseqüências funestas que lhe trouxeram.
O primeiro (2 Samuel 11) nos escandaliza por causa da imoralidade de Davi e nos espanta pela solução encontrada por ele na morte de Urias. Aos olhos de Deus, porém, a gravidade maior foi a injustiça praticada por Davi. Essa injustiça foi ilustrada pela parábola do profeta Natã (2 Samuel 12:1-4). Davi se enfureceu com o rico da parábola, dizendo que era digno de morte por ter matado a única cordeira de estimação do pobre (notem o objeto - uma ovelha - o que mais tocaria o coração de um pastor). Quando Natã mostrou que Davi havia feito o mesmo que o rico, ao matar Urias e tomar para si a sua mulher, ele percebeu a maldade do que havia feito, confessou o seu pecado e o Senhor o perdoou.
Mas as conseqüências vieram mais tarde com o escândalo promovido pelo seu filho Absalão, e a morte da criança que teve com a mulher de Urias. É um dos exemplos onde vemos que, embora Deus perdoe o pecador arrependido, maus efeitos ainda poderão surgir do seu pecado.
O seu segundo pecado (2 Samuel 24 e 1 Crônicas 21) foi muito mais sério e devastador em suas conseqüências, e é evidenciado ainda mais por ser também mencionado no livro de Crônicas.
Para respondermos à presente pergunta, devemos nos referir a esses dois capítulos. Nos primeiros versículos, encontramos o que parece ser uma discrepância: “A ira do SENHOR se tornou a acender contra Israel, e ele incitou a Davi contra eles, dizendo: Vai, numera a Israel e a Judá” - (2 Samuel 24:1). Se Davi estava obedecendo a uma ordem do SENHOR, como poderia estar pecando?
No entanto, lemos em 1 Crônicas 21:1: “Então, Satanás se levantou contra Israel e incitou Davi a numerar a Israel.” Combinando os dois, descobrimos que “A ira do SENHOR se tornou a acender contra Israel, “e com a Sua permissão” Satanás se levantou contra Israel e incitou Davi a numerar a Israel” (que incluía Judá naquele tempo). Compreendemos assim que:
  1. A ira do SENHOR se tornou a acender contra Israel: não nos é dito o motivo, nem quando, mas é certo que o povo de Israel como um todo estava seriamente em falta e precisava de um corretivo.
  2. Para punir Israel, o SENHOR usou Satanás para tentar o seu rei. Satanás não podia tocar em Israel sem ter a permissão de Deus, mas teve a perspicácia de ver que através do seu rei Davi ele poderia subverter o povo. Então Satanás instigou Davi, não sabemos como, para numerar o povo.
Davi foi tentado e Satanás deve ter observado que, naquela altura dos acontecimentos, Davi aparentemente tinha dois pontos fracos: auto-satisfação e falta de confiança em Deus. Houve grande sutileza na tentação, pois o ato de numerar o povo não era pecaminoso, desde que fosse de acordo com a vontade de Deus.
Tudo indica que o recenseamento foi motivado pelo desejo de Davi em conhecer o efetivo do seu exército, para aquilatar o seu poder de combate, esquecendo-se que as vitórias foram obtidas unicamente mediante a graça e o poder de Deus.
Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas. Mas o que se gloriar glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR” (Jeremias 9:23-24). O SENHOR não Se agradou quando Davi mandou contar o povo, porque Davi não estava se gloriando no SENHOR, mas em sua força. O que o motivou foi então o pecado de descrença. Davi estava confiando em números ao invés de confiar em Deus. O SENHOR havia dado instruções a Moisés sobre o recenseamento do povo: quando fosse feito, cada um dos recenseados tinha que pagar o resgate de meio siclo como oferta ao SENHOR, para que não houvesse praga entre o povo (Êxodo 30:11-15). Não vemos menção disto aqui e é possível que tenha sido esquecido.
Tantas vezes Davi havia consultado o SENHOR sobre importantes medidas que devia tomar e o SENHOR lhe dera a resposta. Desta vez ele não consultou o SENHOR, mesmo quando Joabe procurou demovê-lo, percebendo o motivo pecaminoso de Davi.
Não tendo conseguido dissuadir Davi, Joabe levou avante o recenseamento, mas não o fez por completo porque “a palavra do rei foi abominável a Joabe”, ele só contou os homens hábeis para a guerra e omitiu os das tribos de Levi e Benjamim.
Deus mostrou Seu desagrado ferindo a Israel. Davi então percebeu o alcance do seu pecado, e pediu que Deus tirasse a iniqüidade dele, pois procedera loucamente. Mas já era tarde! Entre os três castigos que o SENHOR lhe propôs, Davi optou por cair ele próprio “nas mãos do SENHOR, pois são grandes as Suas misericórdias”. Porém o SENHOR mandou uma peste a Israel, mas a deteve em Jerusalém, onde Davi ofereceu um holocausto e ofertas pacíficas a mandado do SENHOR.
Concluindo, vemos que tudo surgiu porque Deus Se desagradou com o povo, e o povo foi castigado quando as causas foram descobertas: a auto-satisfação e a falta de confiança para com Deus, demonstradas pelo seu rei. Davi, embora não tivesse sofrido fisicamente, ficou angustiado por causa do sofrimento do povo, por um pecado que ele atribuiu a si próprio: “Não sou eu o que disse que se contasse o povo? E eu mesmo sou o que pequei e fiz muito mal; mas estas ovelhas que fizeram? Ah! SENHOR, meu Deus, seja a tua mão contra mim e contra a casa de meu pai e não para castigo de teu povo”. Era o bom pastor agoniado sentindo-se responsável pelo sofrimento das suas ovelhas.
Nunca confiemos em estatísticas para verificarmos a “nossa” vitória espiritual, os “nossos” recursos materiais e espirituais, o número das “nossas” igrejas, para então nos regozijarmos em “nossos” esforços. Isto depõe contra nossa dependência no Senhor da seara e nos faz confiar em nossas próprias forças. “Se o SENHOR não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam; se o SENHOR não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela” (Salmo 127:1). Como é perigoso fazer do ministério um ídolo, e tornar a obra mais importante do que o Senhor da seara.
Quantas vezes, nas reuniões administrativas de nossas igrejas locais, deixamos de mencionar as bênçãos materiais e espirituais recebidas para nos envolver inteiramente em contar os fundos disponíveis, o número de batismos durante o período e quantos membros a mais foram adquiridos. Se os algarismos nos contentam, achamos que foi uma grande vitória espiritual de nossa parte, enquanto que, ao invés disso, poderia se constituir na pior coisa possível de acontecer: deixar de ser uma igreja espiritual para se tornar num clube carnal.
Davi sabia que estaria bem nas mãos de Deus. Confiemos também nEle quando passamos por provações. “O Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho” (Hebreus 12:6).

24/08/2012

PERDÃO A CURA PARA OS RELACIONAMENTOS FERIDOS

O perdão é o melhor remédio para a saúde emocional. O perdão é a assepsia da alma, a faxina da mente, a alforria do coração, a cura das emoções. Perdoar é lembrar sem sentir dor. Perdoar é zerar a conta e não cobrar mais a dívida. O perdão é ato de misericórdia e manifestação da graça. O perdão é absolutamente necessário. E isso, por várias razões:
1. O perdão é necessário porque temos queixa uns dos outros. Nós não somos perfeitos, não viemos de uma família perfeita, não temos um casamento perfeito, não temos filhos perfeitos nem frequentamos uma igreja perfeita. Consequentemente, nós temos queixas uns dos outros. Na verdade, nós decepcionamos as pessoas e as pessoas nos decepcionam. Nossas fraquezas transpiram em nossas palavras e atitudes. Sem o exercício do perdão ficamos entupidos de mágoas e a mágoa gera raiz de amargura no coração. Não somente isso, a amargura perturba a pessoa que a alimenta e contamina as pessoas ao redor.
 
2. O perdão é necessário porque fomos perdoados por Deus. Quem é receptáculo do perdão precisa transformar-se em canal do perdão. Aqueles que retêm o perdão ao próximo fecham-se para receber o perdão de Deus. Não existe uma pessoa salva que não tenha sido perdoada. Na verdade, no céu só entrarão os perdoados. Logo, é impossível ser um cristão sem exercitar o perdão. Devemos perdoar assim como fomos perdoados. Como Deus nos perdoou devemos nós também perdoar uns aos outros. Quando compreendemos a enormidade do perdão recebido por Deus, não temos mais motivos para sonegar perdão ao próximo. Nossa dívida com Deus era impagável e Deus no-la perdoou completamente. Não fomos perdoados por mérito, mas por graça. Perdão não é reinvindicação de direito, mas o clamor solícito da misericórdia.

3. O perdão é necessário porque por meio dele restauramos relacionamentos feridos. A Bíblia não oculta o perigo devastador da mágoa dentro da família e da igreja. Exemplos como Caim e Abel, José e seus irmãos, Absalão e Amnon retratam essa amarga realidade. Há pessoas feridas dentro do lar e também na assembleia dos santos. Há pessoas doentes e perturbadas emocionalmente porque um dia foram injustiçadas por palavras impiedosas e atitudes truculentas. Há pessoas prisioneiras de traumas e abusos sofridos na infância. Há indivíduos que não conseguem avançar vitoriosamente rumo ao futuro porque nunca se desvencilharam das amarras do passado. O perdão destampa esse poço infecto. Espreme o pus da ferida. Cirurgia os abcessos da alma. Promove uma assepsia da mente e proclama a libertação das grossas correntes do ressentimento. O perdão constrói pontes no lugar que a mágoa cavou abismos. O perdão passa o óleo terapêutico da cura, onde o ódio abriu feridas. O perdão promove reconciliação onde a indiferença quebrou relacionamentos. O perdão expressa o triunfo da graça, onde o ódio mostrou a carranca do desprezo.

4. O perdão é necessário para experimentarmos plena felicidade. Uma pessoa que nutre mágoa no coração não é feliz. O ressentimento é autofagia, é autodestruição. Guardar mágoa é a mesma coisa que o indivíduo beber um copo de veneno pensando que o outro é quem vai morrer. Nenhum calmante químico pode aquietar uma alma desassossegada pela mágoa. Nenhum prazer deste mundo pode aliviar a dor de um coração ferido pelo ódio. A mágoa produz muitas doenças. Quem não perdoa adoece física, emocional e espiritualmente. Mas, o perdão traz cura completa para o corpo e felicidade plena para a alma.

21/08/2012

ENTRE O VALE E A VITÓRIA


Após a formidável vitória sobre Jericó, Israel segue adiante na conquista por territórios. A próxima disputa será contra a cidade de Ai, na terra de Canaã distante três quilômetros de Betel. Josué achou que seria uma vitória muito fácil, seu exército, possuía mais de 30 mil homens, mas menosprezando o inimigo, apenas três mil são convocados para batalhar na tomada de Ai. Certo de que Deus era com ele, o líder israelita, não O consulta nem toma conselhos sobre o evento. O resultado é desastroso. Morte e fuga diante dos inimigos. Sem entender o motivo da vergonha Josué se prostra diante de Deus a perguntar: Por que nos abandonaste? Por que nos deixaste perder?

O Deus das Muitas Chances

Israel perdeu porque havia maldição entre o povo. O roubo praticado por Acã impediu o agir de Deus. Era necessário haver uma consagração da nação para que novamente revivessem o tempo áureo de Jericó. Os culpados foram punidos e desraigados da congregação no que puderam prosseguir no propósito de Deus em alcançar a promessa de herdar a terra prometida.
O mais maravilhoso de tudo isto, é que para cada tristeza que acontece com os servos de Deus, Ele suscita alegria. O riso toma o lugar das cinzas. Porque ao Senhor não é agradável ter o justo como derrotado. Assim, é dada a ordem para que o exército tome posição para vencer a cidade de Ai. Trinta mil homens armam ciladas deixando os inimigos impossibilitados de vitória. Mais uma vez, o arraial dos Israelitas se transforma em festa de louvor e gratidão ao Deus.

Os Exaltados Serão Humilhados

O quanto essa história nos ensina? Quantas vezes nós, confiados em experiências anteriores agimos sem consultar Deus? Menosprezamos o inimigo e baixamos a guarda? Sequer nos armamos para enfrentá-los? E depois, quando dá tudo errado culpamos a Deus: Por que Senhor? Por quê?
Pecados não confessados, ausência de oração e auto-suficiência podem resultar em vergonha para nós. O Salmo 116:5 diz:
"Piedoso é o Senhor e justo; o nosso Deus tem misericórdia”. Salmo 116:5
Ele está sempre disposto a nos abençoar, por este motivo, nunca, jamais devemos desistir de lutar. Deus é o que dá ânimo, força e direção para conquistar as “cidades perdidas de Ai”.

Havia Um Vale

“E aproximaram-se e chegaram defronte da cidade; e alojaram-se do lado norte de Ai, e havia um vale entre eles e Aí” Js 8:11.
A conquista era certa, porém havia uma distância a ser obedecida, respeitada. Israel tinha que atravessar aquele vale para enfim conquistar todo o território.
Não existe conquista sem luta. Após cada vale atravessado em nossas vidas, existe uma “cidade de Ai” a ser conquistada. Com Deus, os vales servem de ponte:
“Só Deus é a minha Rocha e salvação; é a minha defesa; não serei abalado” Salmos 62:6.
 
A Restituição     

    A primeira batalha sobre Ai foi perdida porque Acã havia roubado uma capa babilônica, duzentos ciclos de prata e também ouro. Seu ato demonstrou, entre outras coisas, falta de fé na provisão divina. Acã amou ao mundo mais do que a Deus:
“Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo” I Jo 2:16.
Deus tinha muito mais para dar a Acã, mas ele se precipitou e resolveu agir à sua maneira.
Muitas vezes, o diabo nos oferta coisas que parecem grandes e agradáveis, mas não o são. É melhor esperar com confiança em Deus do que estender as mãos para segurar “as lentilhas”. O desejo de poder e de riqueza gera este tipo de pecado.
“Bom é o Senhor para os que esperam por Ele, para a alma que o busca. Bom é ter esperança e aguardar em silêncio a salvação do Senhor” Lm 3:26.
Por isso, se existe uma promessa para sua vida, o melhor é aguardar no Senhor. Ele é fiel para cumprir a seu tempo, à Sua maneira.
“Os Israelitas tomaram para si o gado e os despojos da cidade, conforme a palavra do Senhor que tinha ordenado a Josué” Js 8:27.

E Acã já não estava mais lá para se fartar das riquezas, porque foi desobediente e ganancioso. Deus não deixou faltar provisão para o seu povo. E se nós somos filhos, também não faltará para nós:
“Bendito seja o Senhor, que de dia em dia nos carrega de benefícios; o Deus que é a nossa salvação” Sl 68:20.

O Conforto

“Então Josué edificou um altar ao Senhor Deus de Israel, no Monte Ebal” Josue 8:30

Monte Ebal era conhecido como “O Monte das Maldições”, porque do seu alto foram pronunciadas por Moisés as maldições Dt 27. Atualmente ele se denomina Monte Nablus. Está separado do Gerizim ou “Monte das bênçãos”, onde foram proferidas as bênçãos Dt 28, por um vale.Vê, como aqui também pode se fazer uso da analogia Bíblica? Existe um vale entre a benção e a maldição. Está posto em Israel como monumento.
Josué edificou um altar a Deus, no mesmo monte onde foram proferidas as maldições. Ali, em um culto solene, a nação renovou os votos com o Senhor, rendendo-Lhe graças e louvores. Não existe maldição tão grande que não possa ser vencida. Não existe lugar definitivo de miséria. No monte das maldições, Israel cantou vitória, zombou daqueles que zombavam deles. É assim que Deus faz. Quebra o jugo, despedaça cadeias. Conforta os aflitos.
“E há de suceder, ó casa de Judá e casa de Israel, que assim como fostes uma maldição, entre os gentios, assim vos salvarei, e sereis uma benção; não temais, esforcem-se as vossas mãos” Zc 8:13.

Que o Deus de toda graça nos conceda ânimo e sabedoria para vencermos batalhas. Que possamos prosseguir confiantes de que Ele é fiel e bom para nos guardar.

Em Cristo.




18/08/2012

A IGREJA E A BATALHA ESPIRITUAL

O Novo Testamento nos apresenta diversos quadros relativos à Igreja, especialmente no livro de Efésios a vemos como uma família, um templo, a noiva de Cristo, e também como um exército que está envolvido num conflito global. Por conflito global, podemos entender que a guerra espiritual não somente está voltado a um aspecto terreno, mas também envolve as regiões celestiais, ou seja, o universo criado. Podemos parafrasear Efésios 6:12 de acordo com o original grego da seguinte forma: “Nossa luta livre não é contra sangue e carne ou contra pessoas com corpos, senão contra governadores sobre diversas áreas e ordens descendentes de autoridades, contra os dominadores do mundo da obscuridade presente, contra forças espirituais do mal nas regiões celestes”.


Esta referência bíblica nos apresenta os quatro níveis de autoridade do reino das trevas, assim podemos entender verdadeiramente contra quem estamos guerreando.


1) Principados (no grego arché, que significa espíritos governantes, magistrados, poderes, começo, sendo que começo neste caso se refere ao tempo ou ordem). Principados são espíritos demoníacos poderosos da mais alta hierarquia (primeiro escalão), recebendo ordens diretamente de Satanás, dominando e operando nos lugares celestiais. São chamados de príncipes (Dan. 10:13,20).


2) Potestades (no grego exousia, significando autoridades que permitem ou impedem, poder delegado). As potestades têm poderes executivos, recebendo autoridade e poder delegado pelos principados. Nos textos de I Cor. 15:24 e Colos. 2:15 refere-se à todas as autoridades e poderes malignos, que se opõem a Jesus Cristo e a Igreja.


3) Príncipes do mundo destas trevas (no grego kosmokrator, que significa governadores mundiais, os senhores do mundo; vem de “kosmos”, isto é, “mundo” e “krator”, isto é, governados). Estes são responsáveis pela luta contra a verdadeira luz e levam o povo às trevas, cegando-lhes os olhos e enviando trevas às almas dos homens. Quando oramos por pessoas que estão dominadas pela cegueira de Satanás e por pessoas que estão em religiões pagãs estamos guerreando contra este tipo de inimigo. Estes governadores mundiais governam sobre nações através do seu poder de cegar a mente dos homens. Exercem também autoridade sobre diferentes sistemas de governos do mundo.


4) Hostes espirituais da iniqüidade nas regiões celestes (no grego pneumatikos, que vem da raiz da palavra “pneuma”, que significa “espírito” e “poneria”, que significa “iniqüidade”, “depravação”, “maligno”, “atividade de natureza má”). Estas forças oprimem a humanidade, tentando levá-la ao desespero e caos total. O medo, a angústia e os suicídios são resultantes destas forças espirituais malignas.


A base da nossa vitória

Como podemos vencer toda esta estrutura hierárquica de forças malignas? Temos que nos manter firmes na vitória conquistada por Cristo na cruz. Em Colos. 2:13-15 encontramos a chave para vencermos na guerra espiritual: Jesus derrotou a Satanás e a todos os principados malignos. A culpa nos afasta de vivermos esta experiência de vitória (Apoc. 12:10) e assim seremos derrotados. Jesus despojou os principados e potestades, os exibindo publicamente e deles triunfando na cruz. Triunfar não é ganhar uma batalha, trata-se da celebração de uma batalha que já foi ganha. A Bíblia declara que Deus, em Cristo sempre nos conduz em triunfo, e por meio de nós manifesta em todo o lugar o cheiro do seu conhecimento (II Cor. 2:14).


O por quê da guerra

Satanás tem buscado adoração. O homem é o canal de adoração: ao Deus único e verdadeiro ou a Satanás. As pessoas que não conhecem a Cristo, são como jóias nas mãos do Diabo, e ele não quer perder estas vidas.


Quando estudamos sobre as guerras na Bíblia, podemos perceber que sempre havia um propósito definido: saque e conquista de território (I Crôn. 20:2). Guerra espiritual não é um fim em si mesma, porém um meio para alcançar um grande objetivo: despojo. Existe vidas que precisam ser tomadas e levadas para o Reino de Deus.


Estamos vivendo dias proféticos e apostólicos. E uma igreja que está movendo em uma atmosfera apostólica, ela reconhece que é parte do exército de Deus com um supremo chamado de reconquistar todo o território que foi invadido pelo inimigo. O perímetro de ação do inimigo vai ser diminuído e o perímetro de ação do governo de Deus será ampliado. Esta igreja vai manifestar de maneira profética demonstrativa a vitória que foi conquistada por Cristo na cruz. Aleluia, nesta guerra somos vitoriosos juntamente com Cristo!!!

A REBELIÃO DE CORÁ

"Ai deles! Porque entraram pelo caminho de Caim, e foram levados pelo engano do prêmio de Balaão, e pereceram na contradição de Corá."
(Judas, 11)


No capítulo 16 de Números lemos a respeito da contradição, ou rebelião, promovida por um levita, Corá. Bisneto de Levi, ele sem dúvida tinha muita influência e autoridade, pois conseguiu reunir atrás de si duzentos e cinqüenta homens de renome, líderes do povo.
Inflado pela sua posição, Corá promoveu uma demonstração de força diante de Moisés e Arão a fim de arrancar-lhes a autoridade, exclamando que Moisés e Arão se exaltavam indevidamente sobre o povo, onde todos deviam ser iguais. Com seus comparsas, Datã e Abirão, ele instigou o povo à revolta, alegando ainda que Moisés e Arão haviam feito Israel subir de “uma terra que mana leite e mel” (o Egito) para fazê-los morrer no deserto e ainda por cima queriam fazer-se príncipes entre eles!
Tudo era mentira, sem qualquer fundamento. Moisés não havia assumido a liderança por vontade própria, tendo relutado muito antes de aceitar a missão que o Senhor lhe confiara, e Arão foi também nomeado pelo Senhor porque Moisés queria alguém que o ajudasse. O povo já teria entrado na terra de Canaã não fosse a sua incredulidade. Se tivessem seguido ao mando de Moisés, eles já estariam desfrutando da verdadeira terra que “mana leite e mel”, que não era o Egito onde eram escravizados.
Moisés nada queria para si, ao contrário de Corá, que provocou esta rebelião por inveja. O Senhor havia definido a posição e o ministério de cada um, inclusive o de Corá, um coatita (Êxodo 6:16,18; Números 3:17,28,29,31; 4:36; 26:57,62).

Moisés, em sua mansidão, não retrucou  nem procurou defender sua posição. Com toda humildade ele propôs deixar para que o Senhor indicasse quem era o santo da Sua escolha, ou seja, o homem que Deus havia separado para Si para esse fim. É Deus quem faz a escolha e dá competência aos Seus servos para o desempenho de serviços específicos. Moisés sabia o que os havia motivado - embora já tendo um cargo importante no Tabernáculo, eles queriam a liderança exercendo o sacerdócio. Moisés os repreendeu por isso e lembrou-os que estavam agindo contra o Senhor.
Datã e Abirão não quiseram cooperar neste teste e fizeram acusações maliciosas contra Moisés e Arão. Moisés desta vez irou-se com tamanha injustiça e declarou diante de Deus a sua inocência.
O juízo do Senhor veio, severo e rápido. Não fosse pela intercessão de Moisés e Arão, Ele teria consumido a congregação toda. Os rebeldes principais, Corá, Datã e Abirão foram castigados de maneira notável, seus propósitos eram de separar o povo, o Senhor os separou do povo e depois separou o solo debaixo deles para que fossem tragados, com as suas famílias e os seus bens. “Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (Gálatas 6:7).

É abominável para um homem ou um grupo revoltar-se contra a ordem que Deus estabeleceu, e introduzir algo para dividir o Seu povo. O caminho para a rebeldia começa com a falta de contentamento e, do ceticismo gerado, passa para as reclamações contra as circunstâncias e contra aquilo que Deus tem estabelecido, depois adquire amargura e ressentimento, seguidos finalmente por rebelião e hostilidade. Vigiemos se estivermos descontentes, céticos, inclinados a reclamar ou a ficar ressentidos, estas atitudes nos levarão à rebeldia contra Deus e as conseqüências serão sérias para nós, como foi para aquele povo.

Quando irmãos na fé se reúnem em nome de Cristo numa localidade, regularmente, aceitando o senhorio do Senhor Jesus e reconhecendo o controle do Espírito Santo, submetendo-se incondicionalmente à autoridade única e exclusiva da Palavra de Deus contida na Bíblia, forma-se uma igreja de Deus.

Suas funções principais são adoração, louvor, ações de graça, Ceia do Senhor, orações, súplicas,
intercessões, comunicação e ministério (Hebreus 13:15-16, 1 Timóteo 2:1-2; Atos 20:7). Não temos ensino ou exemplo na Bíblia que aprove alguma interferência ou jurisdição sobre a igreja por parte de outra, muito menos ainda por parte de uma pessoa ou grupo de pessoas que a ela não pertença.

Embora não muito distantes entre si, as sete igrejas do Apocalipse eram muito diferentes, no entanto o Senhor não instruiu que houvesse interferência entre elas, ou que alguma fosse “excomungada” pelas outras por causa do seu estado.
Sempre que uma igreja se forma com esta base, Deus lhe concede dons espirituais suficientes para a edificação dos seus membros, que incluem aqueles necessários para a sua liderança e administração (1 Coríntios 12). Os líderes responsáveis pela direção da igreja, conhecidos como anciãos, presbíteros ou bispos, são chamados a esse trabalho pelo Senhor, nunca são eleitos pelo rebanho (1 Coríntios 12:6,11). A igreja não é regida democraticamente, mas é o Espírito Santo que liga os seus membros, para que cada um faça a sua parte conforme lhe é concedido.

O novo nascimento deve ser a experiência de todo o crente que é membro da igreja, mas a condição espiritual, sabedoria e habilidade de cada um varia muito. Os líderes da igreja aprovados por Deus serão reconhecidos pela sua maturidade espiritual, sua sabedoria no ensino e no pastoreio, e na sua dedicação ao trabalho. As qualidades básicas são encontradas nas cartas de Paulo a Timóteo e a Tito (1 Timóteo 3:1-8 e Tito 1:5-20). A integridade de caráter é essencial.
Referindo-se ao sumo sacerdote, a Bíblia diz: “Ninguém toma esta honra para si mesmo, senão quando chamado por Deus, como aconteceu com Arão” (Hebreus 5:4). Assim também os servos de Deus são escolhidos por Ele, e nunca devemos procurar impor nossa vontade sem a Sua autoridade.

O Novo Testamento nos ensina a reconhecer os dons de ministério (1 Coríntios 12:4-31; Efésios 4:8,11,12), os supervisores (anciãos, presbíteros, bispos) e os servos (diáconos) (1 Timóteo 3:1-13; Tito 1:5-9).

Ainda hoje, vemos igrejas sendo perturbadas pela inveja e ambição de alguns dos seus membros, que vaidosamente querem uma posição destacada, sem reconhecer que Deus não os quer lá, pois lhes faltam caráter e os dons ou talentos necessários. Isto resulta em rebelião contra sua liderança e mesmo na divisão da igreja, estilo Corá. Somos instruídos a nos revestir de humildade e mansidão (Colossenses 3:12), pois toda a autoridade na igreja vem de Deus.

É da responsabilidade dos membros da igreja para com seus pastores, orar por eles, reconhecer os seus trabalhos, obedecê-los, estimá-los, honrá-los, apoiá-los financeiramente e confiar neles. Assim como não compete à congregação eleger seus presbíteros, também não pode destituí-los da sua posição mediante uma votação. Pela sua atuação o presbítero prestará contas a Deus (Hebreus 13:17), não ao rebanho. Nenhuma acusação contra presbítero deverá ser aceita se não houver duas ou três testemunhas (1 Timóteo 5:19).


Cuidemos para não perecermos na rebelião de Corá!

16/08/2012

BALAÃO E BAAL-PEOR

Números 25


Liderado por Moisés, o povo de Israel havia chegado até a fronteira da terra de Canaã e se acampara nas planícies de Moabe, em um lugar chamado Sitim (árvores de acácia), junto ao rio Jordão. Os moabitas eram descendentes de Ló, sobrinho de Abraão, e falavam um idioma quase idêntico ao hebraico, mas eram idólatras.
Embora o deus nacional dos moabitas fosse Quemós (Números 21:29), o Baal-Peor, ou Baal de Peor era o deus mais popular de todos os deuses entre os povos daquela região, representado por um touro, símbolo de força e de fertilidade e considerado o deus das chuvas e das colheitas. Por ser tão popular, o nome Baal veio a ser frequentemente usado de maneira genérica para todos os deuses da localidade.
Balaque, o rei dos moabitas, receoso que Israel avançasse contra o seu povo, contratou um homem da Mesopotâmia chamado Balaão, renomado como tendo poderes sobrenaturais, para amaldiçoar os israelitas. Mas o Senhor interveio e ditou a Balaão o que devia dizer.
Temendo o Deus verdadeiro, Balaão disse as palavras que o Senhor mandou que falasse, que eram de bênção para Israel. Tempos depois somos informados que Balaão aconselhou Balaque a infiltrar mulheres moabitas no arraial dos israelitas, para que se casassem com eles e introduzissem a idolatria para afastá-los do Senhor que os protegia (Números 31:16, Apocalipse 2:14).
O maior perigo que o povo de Israel tinha que enfrentar não era os exércitos dos povos que habitavam na terra prometida, mas sim a corrupção com as religiões e costumes dos cananeus. A corrupção sucedia quando caíam na tentação da carne, o desejo de comer e beber, e levantar para divertir-se (1 Coríntios 10:7, Êxodo 32:6,19). Através dos séculos, depois de entrar na terra prometida, o povo de Israel se deixou vencer vez após vez por esta tentação, sucumbindo afinal completamente, o que fez com que, como nação, perdesse a terra e fosse disperso pelo mundo (Salmo 106:40-41).
Essa tentação se apresenta de diversas formas na área cristã, e é um dos maiores fatores no afastamento da sã doutrina e da fidelidade ao Evangelho de Cristo. Abrange as explorações religiosas nas igrejas, no rádio, na televisão, no chamado evangelho da prosperidade, nos cultos de louvor em que o que se cultua é apenas as emoções, com música instrumental ensurdecedora, chegando aos disparates do “Toronto blessing”, do comportamento insano, etc., para o aproveitamento financeiro de falsos pastores. É a corrupção do Evangelho. O que menos se encontra nesses meios é o ensino puro da Palavra de Deus.
As mulheres moabitas foram até o acampamento de Israel a mando de Balaque, praticaram a imoralidade com alguns de seus homens (1 Coríntios 10:8), e os levaram à idolatria. A ira do Senhor se acendeu novamente contra o povo por causa disso. Ele ordenou a Moisés que enforcasse publicamente todos os líderes do movimento de adoração a Baal. Em obediência, Moisés convocou os juízes (os setenta - capítulo 11), e mandou que cada um matasse os homens sob sua responsabilidade que haviam sucumbido à idolatria em Baal-Peor. Era necessário tomar essa medida radical para eliminar a contaminação que se espalhava, como praga, pelo povo. O número era grande, pois morreram vinte e quatro mil, vinte e três mil em um só dia (1 Coríntios 10:8).
Este foi o efeito da doutrina de Balaão sobre o povo de Israel. Nosso Senhor nos ensina, no livro do Apocalipse, que a mesma doutrina era seguida por alguns na igreja de Pérgamo, o que é também um aviso para nós hoje (Apocalipse 2:14). Como acontecia com Israel naquele tempo, a igreja não pode ser molestada por agentes externos pois é protegida pelas mãos de Deus, mesmo quando perseguida e martirizada, mas pode ser subvertida pelo casamento com o mundo.
Historicamente, a igreja de Pérgamo (no grego antigo significa: “muito casamento”) representou a ocasião em que o mundo se uniu com a igreja. O mundo entrou numa torrente volumosa e o diabo assumiu o controle. As perseguições violentas anteriores somente a haviam fortalecido, mas com a entrada do mundo ela perdeu toda a sua vida espiritual, como vemos mais tarde em Tiatira, Sardes e Laodiceia.
Enquanto o povo chorava diante do tabernáculo, o filho de um dos príncipes do povo trouxe a seus irmãos uma midianita, filha do líder de uma das tribos midianitas (aliadas aos moabitas), à vista de Moisés e à vista de toda a congregação dos filhos de Israel, e a levou para dentro da sua tenda. Os midianitas, como os israelitas, eram descendentes de Abraão, mas através de Midiã ("briga"), o quarto filho de sua concubina e segunda esposa Quetura (Gênesis 25:2, 1 Crônicas 1:32), enquanto os moabitas eram descendentes de Ló (Gênesis 19:37). Moisés havia se casado com uma midianita, tendo vivido entre eles por quarenta anos. Compreende-se, então, que os israelitas e particularmente Moisés teriam simpatia por eles, embora fossem idólatras.
Fineias, neto de Arão, prontamente foi atrás daquele casal e os executou com uma lança. Deus se agrada em exercer a sua misericórdia para com muitos em troca da fidelidade de poucos. Este ato simbolizou a justa repulsa do sacerdócio verdadeiro, arônico, pela prática da idolatria pelo povo de Israel, assim fazendo expiação pela nação. O Senhor Se agradou da ação de Fineias, e Sua ira contra o povo cessou evitando mais mortes.
Por causa do zelo de Fineias em preservar a fidelidade ao seu Deus, ao ponto de destemidamente executar um príncipe de Israel que desafiava sua autoridade, o SENHOR o honrou dando-lhe a Sua aliança de paz: o sacerdócio perpétuo a ele e à sua descendência.
Mas ao povo de Israel o SENHOR ordenou através de Moisés que afligisse e ferisse os midianitas por causa da sua conivência com os moabitas para levá-los à idolatria, e por causa do engano de Cozbi ("enganadora"), a filha de Zur, um chefe dos midianitas. Também nós devemos agir com firmeza contra tudo aquilo que nos tenta para o pecado mesmo que, por alguma razão, tenha a nossa simpatia. É um bom exemplo para nós, que muitas vezes temos que enfrentar o mundo e agir de forma a desagradar os outros em nosso zelo para servir e sermos fieis ao nosso Deus.

15/08/2012

ANANIAS DE DAMASCO

Esse Ananias só aparece duas vezes na Bíblia, nos capítulos 9 e 22 de Atos, onde é relatada a tarefa importante que lhe foi designada imediatamente após a conversão de Saulo, ou Paulo.
Ananias nos é apresentado como sendo “um certo discípulo” em Damasco. A palavra “discípulo” só é usada nos Evangelhos e no livro de Atos, sendo 28 vezes ao todo. Sempre se refere ao aluno de alguém, em contraste com o mestre ou professor. Em todos os casos entende-se que a pessoa assim denominada não só aceita a opinião do professor, mas também pratica o que ele ensina.
Nos evangelhos lemos sobre os discípulos de João Batista (Mateus 9:14; Lucas 7:18; João 3:25), como também os dos fariseus (Mateus 22:16; Marcos 2:18; Lucas 5:33 ) e os de Moisés (João 9:28).
Mas o uso mais comum dessa palavra é para designar os seguidores de Jesus:
  • No sentido mais amplo (Mateus 10:42, Lucas 6:17, João 6:66, etc.), sendo o único nome dado nos Evangelhos aos que seguiam Cristo;
  • Num sentido mais restrito foi dado especialmente aos doze apóstolos, que eram frequentemente chamados simplesmente de discípulos (Mateus 10:1, 11:1, 12:1 etc.),

  • Em Atos, após a morte e a ascensão do Senhor Jesus, os discípulos se identificam como aqueles que declaram ser Ele o Messias,ou seja, os cristãos (Atos 6:1,2,7;9:36;11:26). Mesmos cristãos que foram batizados apenas com o batismo de João são também chamados discípulos (Atos 19:1-4).
Ananias era portanto cristão, e seria daqueles que Saulo, respirando ainda ameaças e mortes, desejava conduzir presos a Jerusalém. A qualificação “um certo” parece indicar que não era pessoa de destaque na igreja, mas Paulo fez menção honrosa a ele em seu relato da sua conversão diante do povo em Jerusalém: disse que Ananias era um “varão piedoso conforme a lei” e que tinha bom testemunho de todos os judeus que ali moravam. Isso nos assegura que, mesmo que fosse apenas “um certo discípulo”, ele evidentemente glorificava a Deus com uma vida de obediência aos Seus preceitos.
Se não fosse a parte que lhe foi dada com relação a Paulo, talvez nunca teríamos ouvido a respeito dele, pois era “apenas um discípulo”. Mas Deus conhecia tudo a respeito dele, e o escolheu para uma tarefa especial. Quantas vezes também pensamos que somos “apenas um discípulo” de pouca relevância entre os irmãos, e nos acomodamos à nossa relativa obscuridade. Mas Deus nos conhece perfeitamente, observa a nossa conduta, e somos chamados para usar os nossos dons espirituais especiais na Sua obra.
O Senhor apareceu a Ananias em visão: quando o Senhor tem algo a nos dizer pessoalmente, Ele o faz de maneira que não nos deixa em dúvidas! E a ordem que Ele deu a Ananias nessa ocasião foi, inegavelmente, surpreendente e assustadora: ele devia sair, ir até a casa de um homem chamado Judas (provavelmente uma hospedaria) e ali procurar “um homem de Tarso chamado Saulo”. O Senhor continuou, tranquilizando-o um pouco ao esclarecer que ao orar Saulo havia visto “um homem chamado Ananias entrar e impor-lhe as mãos para que recuperasse a vista”.
Que coisa extraordinária. Não sabemos se Ananias já tivera experiência anterior em operar milagres, mas o Senhor estava instruindo que ele fosse entrevistar Saulo, o notório fariseu que ferozmente perseguia os cristãos, e o curasse da cegueira. No lugar de Ananias iríamos temer que não desse certo, e as consequências poderiam ser muito sérias. Afinal, para que recuperar a vista desse malfeitor?
Por isso, Ananias respondeu que sabia o que Saulo fazia, e o poder que tinha dos principais sacerdotes para prender todos os cristãos. O Senhor então lhe assegurou que Saulo era um vaso escolhido por Ele especialmente para evangelizar os gentios, os reis e os israelitas, e que lhe mostraria quanto lhe cumpria padecer pelo Seu nome.
Ananias então não duvidou mais: fez exatamente o que o Senhor mandou. Estava disposto a ir quando e aonde o Senhor instruísse, e a confiar na fidelidade do Senhor quanto ao resultado. Em nossa vida cristã, por menos importantes que nos consideremos na obra do Senhor, devemos aprender com Ananias a cumprir com a nossa parte obedientemente, confiados na Sua fidelidade em levar a nossa tarefa a bom termo.
A obediência de Ananias nos dá plena evidência do seu amor cristão, da sua lealdade, e da sua humildade e mansidão.
O seu amor cristão se revelou na sua atitude para com Saulo. Ao entrar no aposento onde o terrível perseguidor se achava, agora cego e indefeso, Ananias poderia aproveitar primeiro para recriminá-lo e exaltar o favor não merecido que iria lhe prestar. Mas surpreendentemente, especialmente para o próprio Saulo, Ananias o chamou carinhosamente de “irmão” e ainda colocou as suas mãos sobre ele num gesto de amizade, sem sombra de ressentimento ou amargura.
A sua lealdade ao seu Senhor salta aos olhos quando disse “O Senhor Jesus... enviou-me para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo”. Assim Ananias declarou o senhorio do Senhor Jesus àquele perseguidor sanguinário.
A sua humildade e mansidão foram manifestadas também quando deu ao Senhor todo o crédito pela visita que fez a fim de que Saulo recuperasse a visão e recebesse o Espírito Santo. Não houve qualquer promoção de si próprio, nem sequer disse uma palavra para se apresentar e dizer quem ou o que era, mas contentou-se em ser um mensageiro anônimo do seu Mestre, como bom discípulo que era.
Assim era este servo fiel de Deus: preparado, disposto, fiel, amoroso, leal, e mesmo assim humilde e manso, que entrou nos anais dos Atos e voltou para a obscuridade, sem outra menção qualquer. Como o significado do seu nome, ele é quem foi “dado por Deus” para a importante missão de reconciliar e dar visão a Saulo, para que fosse batizado e fosse cheio do Espírito Santo.
Mediante a sua obediência, recebemos a bênção incalculável para a igreja de Cristo, através dos séculos, que foi o apóstolo Paulo.

07/08/2012

A CURA DIVINA

Desde o Seu batismo até a crucificação, Jesus Cristo fez muitas curas no meio das multidões que O rodeavam; e o apóstolo Pedro resume essa vida maravilhosa dizendo: "Jesus andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com Ele" (Atos 10:38). Depois da ascensão de Jesus, os apóstolos e outros discípulos fizeram em Seu nome semelhantes curas e maravilhas. Pedro e Paulo curaram doentes e ressuscitaram mortos (Atos 3:7; 9:34,40; 1·t10; 19:11-12; 20:10; 28:8-9), Estêvão fez "prodígios e grandes sinais" em Jerusalém, e Filipe, o evangelista, fez "sinais" e curas em Samaria. Entre os dons espirituais dados à Igreja vemos "os dons de curar" (1 Cor. 12:9-10), porém estes dons não foram dados a todo crente (vv. 29-30), e nunca aos incrédulos.
As curas feitas por Jesus Cristo, relatadas nos Evangelhos, eram "sinais" dados ao povo judaico para que O recebesse como o Messias, o Salvador divino que Deus lhes prometera no Velho Testamento (João 12:37); e os milagres contados no Livro dos Atos, depois da ascensão de Jesus, eram também "sinais" para convencer o povo da Sua ressurreição e exaltação para ser o Salvador do mundo (Marcos 16:17-18; Atos 3:15-16; 4:15-16; 4:10-12; Hebreus 2:3-4).
É interessante notar que poucos cristãos foram curados milagrosamente, conforme lemos nos Atos. No capítulo 9 Dorcas foi ressuscitada por Pedro, e Enéias foi curado da paralisia (esta cura foi tão excepcional que se tornou o meio da conversão de duas cidades). Podemos também entender que Êutico, ressuscitado por Paulo (Atos 20:10), era discípulo. Além destes três, não há mais exemplos de crentes curados milagrosamente. Porém, lemos de cristãos doentes - Timóteo, Epafrodito, Trófimo - mas Paulo, que tinha o dom de curar, não o exerceu para restaurar aqueles três servos de Deus; pelo contrário, ele recomendou a Timóteo que usasse um pouco de vinho por causa do seu estômago e das suas freqüentes enfermidades (I Timóteo 5:23); diz que deixou a Trófimo doente em Mileto (2 Timóteo 4:20), e não há nada para indicar que Epafrodito, "doente quase à morte", fosse curado milagrosamente (Fil. 2:27).
Outro ponto interessante é que Cristo e os discípulos curavam todas as enfermidades, sem exceção alguma. Nenhum doente ficou decepcionado, nenhuma doença foi difícil demais para ser curada. Lepra, paralisia, epilepsia, cegueira, atrofia, hemorragia - doenças orgânicas, hereditárias, crônicas - curavam-nas todas. "Ele curou todas as enfermidades e moléstias entre o povo" (Mat. 9:35): "ao pôr do sol, todos os que tinham enfermos de várias doenças lhos traziam; e, pondo as mãos sobre cada um deles, os curava" (Lucas 4:40); e "vieram ter com Paulo os demais que na ilha tinham enfermidades, e sararam" (Atos 28:9).
As curas divinas eram todas instantâneas e perfeitas. Jesus Cristo não curava parcial nem demoradamente. Os doentes não voltavam para casa sentindo-se "um pouco melhor", mas - "logo o homem ficou são" (João 5:9); "ela, levantando-se imediatamente, os serviu" (Lucas 4:39); etc. Jesus falava a palavra, às vezes punha a mão sobre os doentes, e imediatamente eram curados, perfeitamente e permanentemente. Mesmo a demora em João 9:6-7 seria de poucos minutos. Vemos as mesmas características nas curas feitas pelos discípulos no Livro dos Atos.
Nem o Senhor Jesus nem os apóstolos exigiam a fé da parte dos que vinham para ser curados. É verdade que louvavam e animavam a fé naqueles que a tinham, porém não a consideravam como condição essencial à cura. Jesus curou "grandes multidões" tanto na Galiléia como nos confins da Judéia além do Jordão (Mat. 12:15; 19:2), e não se pode supor que cada pessoa em tais multidões tivesse fé. Onde estaria a fé do endemoninhado em Mat. 12:22, ou do paralítico em João 5:5-8, ou do coxo em Atos 3:5-7? Não era a fé, mas sim a necessidade, que motivava as curas de Jesus e dos apóstolos "Ele sarava os que necessitavam de cura" (Lucas 9:11). Muitos foram curados sem pedirem nem esperarem a cura!
Todavia, a fé era essencial àqueles que faziam as curas. Em Mat. 17:16 os apóstolos não puderam expulsar o demônio, por causa da "pouca fé" deles, e sua falta de oração e jejum (20-21). Os "dons espirituais" foram dados unicamente aos crentes, conforme a vontade do Espírito Santo, e "os melhores dons" tinham que ser "procurados com zelo" (1 Cor. 12:11, 28-31).
Com respeito à cura divina, muitas vezes se cita Tiago 5:14-16; porém este trecho não diz que a cura será milagrosa. A "oração da fé" (v. 15) é da parte dos presbíteros, e o Senhor levantará o doente, perdoando-lhe os seus pecados se a doença foi causada por eles. A unção (v. 14) pode indicar remédios, e não uma mera cerimônia, porém isso é duvidoso.
Assim vemos que Deus cura por vários métodos. Ele pode curar milagrosamente, por meio de crentes que têm um dom de curar; ou pode curar diretamente, sem curador nem remédios, em resposta às orações do doente ou de outros. Também Ele pode curar por meio de remédios - o Seu modo mais comum em todos os tempos; não é pecado nem falta de fé usar remédios (Isaias 38:21; Lucas 10:34; 1 Timóteo 5:23; Colossenses 4:14). Entretanto, acontece muitas vezes que, apesar de oração, fé e santidade da parte do doente (e dos seus irmãos), não apraz a Deus curá-lo. O cristão não tem direito de reclamar a perfeita saúde (como alguns ensinam) nem de ser curado, e a doença não é necessariamente o fruto do seu pecado.
Ora, há muitos pregadores hoje em dia que pretendem fazer as mesmas curas divinas e apostólicas que vemos na Bíblia; atraem muitos doentes desejosos de serem curados "como Jesus curava"; e alguns ficam, de fato, curados. Mas, será que os tais curadores fazem realmente "curas divinas" (no sentido de serem milagrosas, além do poder dos remédios humanos)? "Examinemos tudo, retendo o bem" (1 Tessalonicenses. 5:21). Não devíamos condenar o que não entendemos, nem tão pouco aceitar tudo o que se faz em nome do Senhor.
Curas e milagres são feitos hoje por espíritas, budistas, padres e "santos" católicos também par adeptos da assim-chamada "ciência cristã", e por pregadores de diversas seitas evangélicas. Parece claro que as curas feitas por religiões anti-cristãs (espiritismo, budismo, catolicismo, "ciência cristã) não podem ser de origem divina; a auto-sugestão, provocada no doente pela sua "fé" em qualquer pessoa ou objeto, conforme a religião do "curador", explica a maior parte de tais curas. Há neurologistas que fazem semelhantes curas - porém não as ligam com a religião. Se, no ambiente daquelas religiões anti-cristãs, há curas realmente milagrosas, não devidas à auto-sugestão, a sua origem não pode ser divina.
Qual deve ser a atitude do cristão para com as "curas divinas" feitas por pregadores evangélicos? A maior parte destes - mas não todos - pertencem a vários ramos do "pentecostalismo", e não se pode duvidar que muitos deles são verdadeiros crentes em Cristo. As suas curas podem ser avaliadas comparando-as com aquelas de Jesus e dos apóstolos. Curam a todos que pedem? Curam toda espécie de doença, funcional ou orgânica? Curam sem exigir a fé da parte do doente? As curas são instantâneas, perfeitas e permanentes? … Creio que a resposta a todas estas perguntas tem que ser "não"; seria melhor, então, se deixassem de afirmar que "curam como Jesus e os apóstolos curavam", pois não é verdade.
Há outros, todavia, que com maior modéstia dizem que têm "o dom de curar", semelhante ao que foi dado pelo Espírito às igrejas primitivas. A Bíblia fala em "dons - não dom - de curar", indicando uma variedade de manifestações dessa graça, e não podemos negar que através dos séculos houve crentes, em muitos lugares e pertencendo a diversas seitas, que tinham o poder de curar doentes, na falta de médicos ou remédios. "O Espírito reparte a cada um como quer"- e o cristão que recebe este (ou qualquer outro) dom, vai praticá-lo onde há necessidade, com modéstia, sem barulho e sem o intuito de atrair adeptos para a congregação a que ele pertence.
Não sejamos fanáticos, nem crédulos, nem seguidores de toda maravilha. Se um "curador divino", conhecido como cristão verdadeiro, pode realmente nos curar, deixemo-lo curar-nos (os remédios são bem caros hoje em dia!) - mas não abandonemos a nossa congregação por causa dele.

06/08/2012

A CEIA DO SENHO PARTE II

Seu Simbolismo

A Ceia do Senhor foi instituída "na noite em que foi traído", e enquanto comiam a páscoa. Esta realizava-se de tarde, pelo mandamento de Jeová, mas não há lei com respeito à hora em que se deve tomar a Ceia do Senhor. Em Atos 2:42 e 46, onde lemos da Ceia (o "Partir do Pão"), não se menciona hora alguma, nem de tarde nem de manhã; somente é afirmado que "partiram o pão em casa" (em vez de tomarem publicamente a Ceia no templo). Em Atos 20:7, o primeiro dia da semana fica claramente mencionado, mas é só for inferência que julgamos ser realizada de tarde a reunião.
É provável que os primeiros discípulos sempre tomavam a Ceia de tarde, não por mandamento mas por conveniência, pois o domingo não era feriado oficial como o é hoje em dia. Ao nosso ver, não há ensino nem princípio espiritual ligado com a hora em que se toma a Ceia, seja de manhã, de tarde ou de noite.
Quanto aos que insistem numa exata imitação da primeira Ceia, por que é que não a celebram na quinta-feira, o dia da sua instituição original?… O cristianismo não é semelhante ao judaísmo – um sistema religioso de "dias e meses e anos" em obediência a um horário divinamente apontado; mas é uma vida que deve ser governada por princípios espirituais, e sujeita à Palavra de Deus mas não a meras inferências e deduções.
As igrejas têm liberdade para celebrar a Ceia de manhã, de tarde ou de noite, conforme a conveniência local, mas não para reclamar superioridade espiritual por causa da hora!
Quanto à necessidade de empregar-se unicamente pão sem fermento ("pães asmos"), não há indicação nenhuma na Escritura que isso seja essencial. Os cristãos podem usá-lo se o preferem, mas não têm direito de o imporem sobre seus irmãos, é mero cerimonialismo. Os pães asmos pertenciam ao ritual da páscoa e da "Festa dos Pães Asmos", ritos judaicos que nada têm a ver com o cristianismo, senão profeticamente.
Não há nada pecaminoso no próprio fermento; na Bíblia é um tipo do pecado, mas a sua interpretação no Novo Testamento é "a maldade e a malícia" que não se devem achar em nós (1 Coríntios 5:7-8).
Para o crente em Cristo, a "Festa dos Pães Asmos" não é a Ceia do Senhor mas sim a sua vida inteira, que deve mostrar a "sinceridade e a verdade" em tudo. Em 1 Coríntios 11:23-29, onde temos a descrição apostólica da Ceia, não se fala em pão sem fermento, mas diz que devíamos examinar – não a mesa para ver se há fermento no pão ou no vinho, mas sim "examine-se o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice".
A palavra grega "azumos" (pães asmos) nunca se emprega no Novo Testamento para descrever o pão da Ceia, mas sempre a palavra "artos" (pão comum), tanto em 1 Coríntios 11:23-28 como em Mateus 26:26, Marcos 14:22 e Lucas 22:19. Os pães asmos das festas judaicas simbolizavam a vida santa; o pão da Ceia do Senhor simboliza "o corpo, que por vós é dado", e também tem referência ao Seu corpo espiritual – a Igreja (1 Coríntios 10:17); o ponto essencial é, não a sua composição material, mas que seja "um só pão".
O preocupar-se com a hora do dia ou com a natureza exata do pão e do vinho, é colocar os pareceres humanos em lugar dos mandamentos divinos, e perder a significação e o motivo da Ceia.

05/08/2012

AMAI-VOS UNS AOS OUTROS

Texto bíblico: João 15:9-17

Introdução: Hoje falaremos sobre o amor, veremos a fonte do amor, sua forma de
  expressão e seus frutos.

1. O Pai é Fonte de Amor - “Como o Pai me amou, também eu vos amei; permanecei
no meu amor.”
 (João 15:9 RA)

Tudo começa em Deus. Não conseguiremos entender o porquê precisamos amar ao
 próximo se não
tivermos uma visão clara de que Deus é amor e Fonte de todo o amor. Tudo começa
 n'Ele. O Pai
amou a Cristo, que por sua vez, nos amou da mesma forma, e nos incumbiu de fazer
o mesmo em
relação às outras pessoas. A única forma de estarmos ligados à Fonte divina é
expressando o mesmo
 amor que d'Ele recebemos primeiro.

2. Cristo Permaneceu no Amor do Pai - “Se guardardes os meus mandamentos,
  permanecereis no
 meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai
 e no seu amor permaneço.” (João 15:10 RA)

Cristo recebeu o amor do Pai e decidiu permanecer nele guardando Seus mandamentos.
 É como se dá
 numa casa onde há regras e disciplina. Um filho, para continuar desfrutando dos
  benefícios de viver
 em família, precisa se ajustar às regras, ou guardar os mandamentos da casa.
 Cristo guardou os
 mandamentos do Pai e, por isso, teve o privilégio de permanecer no Seu amor.

3. Nós Devemos Permanecer no Amor de Cristo - “Se guardardes os meus
  mandamentos,
permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os
  mandamentos de meu
 Pai e no seu amor permaneço.” (João 15:10 RA)

Como Cristo permaneceu no amor do Pai, assim nós permaneceremos no amor de
 Cristo guardando
 seus mandamentos. Lembrando-nos do exemplo do filho e dos mandamentos da casa,
 desfrutaremos
 dos benefícios do Reino de Deus se andarmos em linha com a constituição desse Reino.
 Cristo será
 o nosso Pastor, Provedor, Mestre, nossa Paz, e muito mais, além do que podemos imaginar,
 se O respeitarmos e honrarmos, guardando Seus mandamentos.

4. O Mandamento: Amar-nos Uns aos Outros - “O meu mandamento é este: que
 vos ameis uns
  aos outros, assim como eu vos amei.” (João 15:12 RA)

Quando falamos sobre mandamentos logo pensamos em “não matar”, “não adulterar”,
 “não roubar”,
 etc. No entanto, Jesus está falando de algo muito mais profundo do que simplesmente
 não fazer isso
 ou aquilo. Ele fala do que está na base do coração do ser humano: o ódio ou o amor.
 Por que as
 pessoas matam, roubam, adulteram, desonram seus pais, buscam outros deuses
para adorar, ou
cobiçam o que é dos outros? Porque a semente de ódio ainda está em seus corações.
 Mas, quando
 uma nova semente é plantada no interior, a semente do Amor de Deus, então, seus
 atos serão
  diferentes porque o coração será diferente. O mandamento requerido, portanto, é
  “amai-vos uns
 aos outros”, porque quem ama não rouba, nem adultera, nem fala mal do próximo;
 e assim,
 cumpriremos a lei de Deus.

5. As Conseqüências:

a) Alegria Completa – “Tenho-vos dito estas coisas para que o meu gozo esteja em vós,
 e o vosso
 gozo seja completo.” (João 15:11 RA)

É impossível alguém desfrutar a verdadeira alegria tendo o coração endurecido em
 relação a alguém.
 A verdadeira alegria é fruto de um coração perdoador e amável.

b) De Servo a Amigo - “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz
 o seu senhor;
 mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho
 dado a conhecer.”
 (em João 15:15 RA)

Quem ama ao próximo permanece no amor de Cristo e torna-se íntimo d'Ele.
A relação será de
amigo para amigo e não mais de senhor para servo, onde não há confidências.
 Quem permanece
 na amargura de alma não conhecerá nem desfrutará das riquezas do coração do Pai.

c) Frutificação - “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu
 vos escolhi a vós
 outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça... (João 15:16a RA)

Se Deus é amor e Sua semente está em nós, qual o fruto que Ele espera colher de nós?
 Certamente uma vida em amor. Os lares serão transformados por esse amor; as empresas,
 o governo, as cidades, a sociedade, serão impactados por esse amor. Vamos pregar o
  evangelho
 e trabalhar para Deus motivados pelo amor. Todos os nossos empreendimentos
 devem ser feitos
 em amor porque esse é o único fruto que Deus espera colher.

d) Vitória na Oração - “ ... a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome,
ele vo-lo
conceda.” (João 15:16b RA)

Se os nossos atos e motivos são fundamentos no amor, nossas petições não serão
 egoístas,
 interesseiras, vingativas, ou coisas parecidas. Deus ouvirá e atenderá as orações
que estiverem
em linha com Sua Palavra, as quais foram feitas em amor

A CEIA DO SENHOR

Seu Propósito

As igrejas primitivas reuniam-se no primeiro dia da semana para a Ceia do Senhor (At 20.7), acompanhando-a com louvor, profecia, adoração, ensino bíblico e outras atividades espirituais (1ª Co 14).
Durante os séculos que seguiram, a observação da ceia se degenerou e a significação dela se perdeu no meio da idolatria e blasfêmia da missa. Todavia, desde a reforma do século XVI as igrejas evangélicas têm restaurado e mantido em geral, a importância e a pureza da Ceia; por tal fidelidade damos graças a Deus.
Por meio da Ceia, o Senhor Jesus deu ao Seu povo uma recordação simbólica, pela qual temos o privilégio de refrescar a memória, ter comunhão com Ele e mostrar confiança na Sua volta.
O Novo Testamento não dá ritual nem procedimento fixo para esta reunião. Em 1ª Co 11.23-29 nada se diz de louvor, de hinos, de adoração ou de leitura das Escrituras; o essencial é que se recorde do Senhor, cada um participando do pão e do cálice como Ele mesmo ordenou. Não há lei exigindo que a Ceia se observe somente no domingo, e a Bíblia nunca a chama "festa" – palavra descritiva de certas instituições judaicas.
O motivo da Ceia é a recordação do Senhor, porém muitas vezes Ele é o ultimo a ser recordado. Há discursos sobre a gloriosa posição dos crentes, e longas "ações de graças" pelas muitíssimas bênçãos recebidas por eles; mas a recordação devia ser de Cristo na Sua perfeição – a maravilha da Sua encarnação e da Sua vida imaculada, o valor (para Deus e para os homens) da Sua morte expiatória, a glória da Sua ressurreição e exaltação, a suficiência do Seu ministério sacerdotal, e a esperança da Sua volta e do Seu reino eterno.
É Cristo mesmo e não nós e as nossas bênçãos que deviam encher os nossos pensamentos e ser o centro da nossa adoração. Há tantos trechos bíblicos que devem ser empregados para demonstrar o valor do nosso Salvador, mas em muitas reuniões da Ceia somente os mesmos dois ou três trechos são lidos semana após semana. A Bíblia consiste em muito mais do que Isaías 53 e Hebreus 10. 19-22...
A Ceia oferece oportunidade para adoração coletiva, fruto da meditação espiritual que nos conduz à verdadeira adoração ao Pai e ao Filho. Não precisamos ocupar muito tempo na contemplação do "nosso passado negro e triste"; o adorador, purificado pelo sangue, deixou pra trás os seus pecados, sabendo que Deus "Se esqueceu deles" (Is 44.22).
O Pai procura adoradores, e o nosso privilégio é exatamente esse – o de adorar. Sem dúvida, a Ceia não é a única ocasião em que adoramos "em espírito e em verdade", ou "entramos no santuário", pois estas frases não se referem primariamente a reuniões e, sim, à atitude constante de adoração e comunhão que deve caracterizar o crente. Contudo, na Ceia a adoração e o ministério sacerdotal do Povo de Deus podem ser amplamente exercitados.
Quando na Ceia , somos dirigidos pelo Espírito Santo (como devíamos ser em qualquer outra reunião e em tudo em nossa vida), nela reinam a ordem e a decência: ordem espiritual nos hinos, nas orações e na exposição (ou simples leitura) das Escrituras; reverência demonstrada pela chegada de todos os crentes antes da hora de começar.
A "liberdade" para ensinar, exortar, etc., não deve ser abusada pela "exibição" da parte de alguns que sem a devida competência insistem em ministrar a Palavra, nem tampouco deve essa "liberdade" ser sufocada pela preguiça de outros que não se preparam para tomar a parte que lhes compete.
"TU ÉS O IMÃ" - Essas palavras encontram-se na terceira estrofe do belíssimo hino de J.I. Freire, de n. 580 no hinário "Hinos e Cânticos"; a linha inteira diz: "Tu és o imã que nos atrai" – referindo-se sem dúvida às palavras do Senhor Jesus Cristo quando, falando aos judeus com respeito à Sua morte, Ele disse: "Eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a Mim" (Jo 13.32).
A figura do imã, empregada pelo autor do hino, aptamente descreve a poderosa atração que o Senhor Jesus exerce para com o coração do crente – ou por melhor dizer, para com os corações dos crentes unidos como o Seu rebanho, com referência especial à Ceia do Senhor. Ali, atraídos e comovidos pela recordação do Seu amor, sentimo-nos impelidos ao louvor e a adoração.
Que é um imã afinal? Consiste num pedaço de metal, geralmente ferro ou aço, que tem propriedade magnética – isto é, atrai para si outros objetos metálicos. Este poder de atração quase irresistível, faz com que o magneto, ou imã, se empregue de várias maneiras: há breques magnéticos, guindastes magnéticos, etc., e a bússola marítima depende do fato interessante que a agulha magnetizada quando livre, sempre vira para o norte, isto é, para o pólo magnético da terá, pois a nossa terra mesma é como um enorme imã, atraindo todos os objetos para si.
Diz Jesus: "Eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a Mim". A morte, ressurreição e ascensão do Filho de Deus condenaria o mundo, seria a derrota de Satanás, e todos os homens teriam que "pensar de Cristo" (Mt 22.42), ou para salvação ou para condenação.
Mesmo depois de quase dois mil anos, os homens não cessam de meditar, falar, discutir e escrever sobre aquela maravilhosa Pessoa cuja morte é a grande prova do grande amor de Deus para com eles (Rm 5.8), e cuja ressurreição assegura a eterna justificação dos que Nele crêem (Rm 4.25). A neutralidade é impossível. A mensagem do Evangelho obriga-os a resolver, pela recepção ou pela rejeição de Cristo, o seu destino eterno – "a morte para morte, ou vida para vida" (2ª Co 2.16); todos são atraídos para Ele.
Porém, para nós os que cremos Nele e O conhecemos como Senhor e Guia, o Filho de Deus é, de maneira muito mais íntima, o imã que nos atrai para Si, a fim de gozarmos uma comunhão permanente e cada vez mais perfeita com o Pai e com o Filho (1ª. Jo 1.3).
Na Ceia, os dois símbolos sagrados nos falam da Sua morte por nós, da nossa comunhão com Ele na Sua morte, e da Sua presença conosco "todos os dias até a consumação do século". Será que o amor do Senhor verdadeiramente nos atrai nessa ocasião, fazendo os nossos corações "arder em nós" (Lc 243.32) para louvor e adoração?
Como discípulos e "amigos" Dele, ficamos cada vez mais atraídos pelas constantes provas do Seu amor e da Sua fidelidade para conosco, pelo crescente conhecimento da Sua Palavra, do Seu caráter, da Sua paciência e misericórdia para conosco. Quanto mais O conhecemos, tanto mais Ele Se mostra o verdadeiro IMÃ que nos atrai.
"Até que Ele venha" (1ª Co 11.26) – assim a igreja se lembra Dele na Ceia. E então?... Naquele último dia da igreja na terra, "o Senhor descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles... para o encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor" (1ª Ts 4.16-17). O nosso IMÃ atrair-nos-á para Si, literalmente levando-nos para cima de todos os céus, para estarmos eternamente com o Senhor.
Finalmente, cumpramos sempre o motivo principal da Ceia – a recordação do Senhor, pois assim a Igreja "anuncia a morte do Senhor, até que Ele venha". "FAZEI isto, em memória de Mim".

DE LUGAR NENHUM, PARA O LUGAR ONDE DEUS VAI TE USAR

DE LUGAR NEMHUM PARA O LUGAR QUE DEUS VAI TE USAR 13/05/2020 1 Samuel 16, 17, 18 e 19 Certa vez ouvi um missionário testemunhando qu...