1 SAMUEL 27:8 a 28:2 e 29:2 a 30:31
Tendo recebido a cidade de Ziclague, como presente de Aquis, rei dos filisteus, para morar, o guerreiro Davi não ficou parado. Ele saia com seus homens para combater outros inimigos do seu povo que se encontravam ao sul do território de Israel até a terra pertencente ao Egito: os gesuritas, os gersitas e os amalequitas. Eram tribos do deserto conhecidas pelos seus ataques de surpresa, e pela crueldade que usavam para com os moradores das cidades tanto dos filisteus como dos israelitas.
Os gesuritas eram cananeus cuja terra Deus havia dado aos israelitas e que já deviam ter sido eliminados junto com todos os outros cananeus (Josué 13:2,3). Os amalequitas haviam procurado impedir os israelitas de passar pelo seu território no caminho à terra de Canaã (Deuteronômio 25:18), e os atacaram em Refidim (Êxodo 17:8-13) e em Horma aliados aos cananeus (Números 14:45). Também se juntaram com os moabitas (Juízes 3:13) e os midianitas (Juízes 6:3) contra Israel. Saul finalmente os expulsou do seu território e destruiu o seu poder (1 Samuel 14:48; 1 Samuel 15:3). Nada se sabe sobre os gersitas, provavelmente também cananeus.
Davi eliminava todos: homens, mulheres e crianças, como o SENHOR havia ordenado que os israelitas fizessem aos moradores da terra de Canaã. Ele também tinha outro motivo: para manter o bom relacionamento com Aquis, ele lhe dizia que os ataques haviam sido feitos em outros lugares para que Aquis pensasse que Davi estava se vingando sobre Israel. Ele não queria sobreviventes que pudessem desmentí-lo. A mentira era uma estratégia militar contra um inimigo de Israel, de quem ele estava se aproveitando para proteger-se de Saul.
Sua estratégia deu certo, tanto que Aquis confiava em Davi, julgando que Davi se havia feito odiado em Israel e agora serviria a Aquis para sempre.
Não podemos deixar de entrever a perfídia de Davi que dessa forma abusava da confiança de Aquis. Davi escreveu mais tarde: "Afasta de mim o caminho da falsidade e favorece-me com a tua lei." (Salmo 119:29). Estaria ele pensando neste episódio?
Contando com a lealdade de Davi, Aquis o convocou e aos seus homens para a guerra contra Israel. Não tendo como se esquivar, Davi disse a Aquis que sabia que estava sendo posto à prova, ao que Aquis respondeu que o faria sua guarda pessoal para sempre. A lealdade de Davi, porém, não era para com Aquis nem Saul, mas para com o SENHOR. Por isso o SENHOR lhe deu uma saída depois.
Os príncipes dos filisteus se lembravam dos tempos em que Davi tinha sido seu inimigo, tornando-se um herói entre os israelitas por causa das suas vitórias. Ele duvidaram da sua lealdade agora, e exigiram que Aquis o mandasse de volta para a sua cidade, Ziclague, e não participasse do combate.
Depois de discutir um pouco com eles, Aquis chamou Davi e disse que estava convicto que ele era um homem reto, e queria que ele participasse na campanha porque não havia achado nenhum mal nele durante todo o tempo em que havia passado ao seu lado. Mas que Davi não agradava aos príncipes e por isso devia voltar para casa.
Davi demonstrou desapontamento, então Aquis ainda o elogiou dizendo que aos seus olhos Davi era "bom como um anjo de Deus". Mas Aquis insistiu e Davi voltou para casa, livre do sério problema de como combater junto com seus inimigos contra seu próprio povo.
Isso nos faz refletir que muitas vezes Deus intervém também em nossas vidas, salvando-nos de situações em que nos encontramos por nossa própria culpa. Cometemos às vezes erros de julgamento, mas Deus impede que resultem em pecados mais sérios.
Davi voltou para enfrentar uma tragédia: os amalequitas haviam aproveitado a ausência dos homens, que haviam ido para a guerra, para atacar as cidades do sul, estando entre elas a sua cidade de Ziclague, que haviam assaltado, queimado e levado embora tudo o que continham, inclusive as mulheres e as crianças. Entre elas estavam as duas esposas de Davi.
Houve muito lamento, e alguns quiseram até apedrejar seu líder Davi. Ao invés de enfrentar a situação e estudarem como proceder, eles queriam um bode expiatório. Mas Davi se reanimou no SENHOR seu Deus, e começou a procurar a solução. Quando nos envolvemos num desastre ou encontramos problemas pela frente, é inútil procurar alguém para culpar ou criticar. É preferível ver como podemos ajudar a encontrar uma solução.
Davi foi consultar o SENHOR através do sacerdote Abiatar e da sua estola sacerdotal. Algumas vezes em nossa vida vamos nos encontrar em situações quando não temos alegria ou contentamento. Como Davi, estamos num beco sem saída e o desespero nos cerca. Que fazer? Desistir de tudo? Se formos filhos de Deus iremos procurá-lo imediatamente. Às vezes o Senhor nos coloca nessa situação exatamente para que nos voltemos para Ele e percebamos a realidade do Seu amparo. Nessas ocasiões Davi escreveu alguns dos seus salmos mais úteis para nós, como o Salmo 107.
O SENHOR mandou que Davi perseguisse os amalequitas, porque, de fato, os alcançaria e tudo libertaria. Davi talvez desconhecia que as suas mulheres haviam sido poupadas, e essa palavra do SENHOR lhe trouxe novo alento.
Davi e os seus seiscentos homens, novamente animados, saíram então em perseguição dos amalequitas, mas duzentos deles ficaram tão fisicamente esgotados que foram deixados para trás a meio do caminho, no ribeiro de Besor. Eles tomaram conta da bagagem enquanto os outros continuaram.
Continuando na perseguição, Davi e seus homens encontraram um egípcio no caminho. Havia três dias que tinha sido abandonado no deserto por um dos amalequitas, a quem servia, porque estava doente. Deram-lhe alimento e água, revivendo-o, e ele se prontificou a levá-los até onde se encontravam os amalequitas, desde que não o entregassem de volta ao seu senhor.
Os amalequitas haviam agido com crueldade para com esse homem, mas Deus o usou para ajudar Davi. Devemos tratar os desconhecidos com dignidade e respeito, não importando a sua aparente insignificância. Nunca sabemos se Deus os usará para ajudar-nos também.
Com a ajuda do egípcio, Davi pôde fazer um ataque de surpresa aos amalequitas, que estavam despreocupados, festejando o sucesso do saque e o despojo que haviam conseguido. Desde o crepúsculo vespertino até à tarde do dia seguinte Davi e seus homens feriram os amalequitas. Apenas quatrocentos conseguiram escapar em seus camelos - por coincidência, o mesmo número de homens que estavam com Davi.
A vitória permitiu que Davi e seus homens recuperassem tudo o que lhes havia sido roubado, bem como tomar como despojo todas as ovelhas e gado dos amalequitas.
Surgiu então uma altercação entre os homens sobre se aqueles que haviam ficado com a bagagem teriam direito a participar do despojo. Davi demonstrou a sua justiça, que mais tarde praticaria como rei: os que ficaram na retaguarda cuidando da bagagem tinham tanto direito ao despojo quanto os que haviam participado da batalha.
Também na guerra espiritual em que estamos envolvidos, aqueles que contribuem com apoio moral e financeiro são tão importantes quanto aqueles que se encontram ativamente empenhados em evangelismo, ensino e outros trabalhos que lhes dão mais evidência.
Ouvindo isso, Jesus lhes disse: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim para chamar justos, mas pecadores”. (Marcos 2:17 – NVI)
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