23/09/2018

O AZEITE DA VIÚVA

“1 Certa mulher, das mulheres dos discípulos dos profetas, clamou a Eliseu, dizendo: Meu marido, teu servo, morreu; e tu sabes que ele temia ao SENHOR. É chegado o credor para levar os meus dois filhos para lhe serem escravos.  2 Eliseu lhe perguntou: Que te hei de fazer? Dize-me que é o que tens em casa. Ela respondeu: Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite. 3 Então, disse ele: Vai, pede emprestadas vasilhas a todos os teus vizinhos; vasilhas vazias, não poucas. 4 Então, entra, e fecha a porta sobre ti e sobre teus filhos, e deita o teu azeite em todas aquelas vasilhas; põe à parte a que estiver cheia. 5 Partiu, pois, dele e fechou a porta sobre si e sobre seus filhos; estes lhe chegavam as vasilhas, e ela as enchia. 6 Cheias as vasilhas, disse ela a um dos filhos: Chega-me, aqui, mais uma vasilha. Mas ele respondeu: Não há mais vasilha nenhuma. E o azeite parou. 7 Então, foi ela e fez saber ao homem de Deus; ele disse: Vai, vende o azeite e paga a tua dívida; e, tu e teus filhos, vivei do resto.” (2 Rs 4.1-7).

Neste acontecimento sobre o azeite da viúva há coisas muito importantes a serem aprendidas.
Em primeiro lugar, vemos o óbvio: o milagre da multiplicação do azeite. Deus faz milagres! E só Ele os faz! Vemos Eliseu aqui, a princípio sem saber o que fazer para ajudar aquela mulher: “Eliseu lhe perguntou: Que te hei de fazer?”. Embora não soubesse como resolver o seu problema, Eliseu sabia quem poderia fazê-lo; e certamente enquanto falava com ela, orava a Deus, que lhe deu a direção: “Dize-me que é o que tens em casa”! O Senhor sabe todas as coisas, e tem tudo sob seu controle, E só temos que recorrer a Ele e seguir fielmente suas instruções.

A mulher respondeu como nós responderíamos: “Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite.”! Como não tem nada, se tem uma botija de azeite? Isto não é nada? Infelizmente, muitas vezes não reconhecemos e não valorizamos aquilo que o Senhor tem nos dado. Pode não ser exatamente aquilo que queríamos, mas certamente é aquilo que precisamos! Para nós pode não representar nada, mas se colocarmos nosso “nada” nas mãos de Deus, Ele pode realizar o milagre que necessitamos!

A direção dada por Deus a Eliseu foi exatamente a seguinte: “Vai, pede emprestadas vasilhas a todos os teus vizinhos; vasilhas vazias, não poucas. Então, entra, e fecha a porta sobre ti e sobre teus filhos, e deita o teu azeite em todas aquelas vasilhas; põe à parte a que estiver cheia.” (2 Rs 4:3,4). Muitas vezes os milagres de Deus não são tão espirituais como gostaríamos que fossem! Queríamos o céu aberto, anjos voando, vozes e trovões, arrepios e coisas do tipo.

Aí vem o Senhor e usa mulas, jumentinhos, estrebarias, a Bíblia, irmãos, vizinhos, humilhação, disciplina, apertos, privações, “nãos”, dores, etc.; coisas simples, comuns, práticas e bem humanas para, então, através delas, operar seus milagres em nossas vidas!

A direção pode não ter sido muito “pentecostal” neste caso, mas foi explicitamente clara em alguns aspectos:

1º) “Vai, pede emprestadas vasilhas a todos os teus vizinhos; vasilhas vazias, não poucas”. Deus se compromete com o milagre, com a resposta à nossa oração, mas o que nos cabe fazer, nós temos que fazer! Deus nunca fará por nós aquilo que Ele nos capacitou a fazer.

Um exemplo entre tantos: Queremos ver a igreja frutificando, cheia de novos discípulos para Jesus; mas não obedecemos o “ide!” (Mt 28:18-20), nem o “a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe 2:9).

2º) O Senhor orientou que a mulher providenciasse muitas vasilhas, não poucas! Aqui aprendemos outra coisa muito importante: O Senhor é muito generoso e sempre dá, ou quer dar sem medida, abundantemente! No entanto, nem sempre recebemos o tanto que Ele tem para dar porque não temos capacidade para receber! É a mesma questão da sede: só bebemos o tanto que desejamos, mesmo que a fonte seja inesgotável.

“Cheias as vasilhas, disse ela a um dos filhos: Chega-me, aqui, mais uma vasilha. Mas ele respondeu: Não há mais vasilha nenhuma. E o azeite parou.” (2 Rs 4:6). O azeite da viúva só parou de correr quando terminaram as vasilhas; se a mulher tivesse providenciado mais vasilhas, teria recebido mais azeite!

3º) Outra direção: “entra, e fecha a porta sobre ti e sobre teus filhos”. Isto nos lembra algo que Jesus nos fala sobre a oração: “Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.” (Mt 6:6).

Quando estivermos em necessidade, em angústia, em apuros, precisando do socorro de Deus, temos que, em primeiro lugar, ir a Deus! É isto que significa “entra no teu quarto e fecha a porta”! Isto pode acontecer, inclusive em meio a uma multidão, em qualquer lugar. O que vale aqui é a atitude de, primeiro, recorrer a Deus (Sl 50:15; Sl 55:22)!

Depois que já oramos, aí sim, é hora de procurar algum irmão para recebermos confirmação e orientação daquilo que o Senhor já começou a responder ao nosso coração. A comunhão com os irmãos é vital para a vida cristã, mas nas necessidades temos que recorrer sempre ao Senhor em primeiro lugar!

4º) Na Parábola das Dez Virgens (Mt 25:1-13) também vemos as vasilhas e o azeite: sabemos que o azeite da viúva é um símbolo do Espírito Santo, na Bíblia; e as vasilhas (ou vasos) somos nós!

É importante percebermos aqui que a nossa maior necessidade é o enchimento do Espírito Santo! Se estivermos cheios do Espírito Santo todas as demais coisas serão postas no seu devido lugar, afinal:

É o Espírito Santo quem nos guia a toda a verdade (Jo 16:12-14).
É o Espírito Santo quem traz direção aos filhos de Deus (Rm 8:14).
É pelo Espírito que mortificamos a carne (Rm 8:12,13).
É o Espírito Santo quem nos capacita a sermos testemunhas de Jesus (At 1:8).
São do Espírito Santo as manifestações e os dons que recebemos para a edificação do corpo de Cristo (1 Co 12:7-11).
Foi no Espírito Santo que todos nós fomos batizados no corpo de Cristo (1 Co 12:12,13).
Amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio, atitudes que tanto necessitamos manifestar diariamente em nossas vidas são o fruto do Espírito (Gl 5:22,23).
E na Parábola das Dez Virgens (Mt 25:1-13) somos levados a crer que somente a noiva “cheia do Espírito” é que vai estar em condições de ser levada pelo noivo para as “Bodas do Cordeiro”!
Pois, a Igreja depende do Espírito Santo para almejar a vinda de Cristo, conforme Ap 22:17: “O Espírito e a noiva dizem: Vem! Aquele que ouve, diga: Vem! Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida”.
A boa notícia é que, segundo o milagre ocorrido na vida desta mulher, Deus não derrama seu Espírito Santo por medida (Jo 3:34), mas abundantemente sobre aqueles que têm sede dele e vão a Cristo para beber da água da vida (Jo 7:37-39).

Há momentos em que as circunstâncias nos levam a situações semelhantes a da multiplicação do azeite da viúva. Horas difíceis, quando achamos que nada mais nos resta na vida. Sentimentos de vazio, de abandono podem passar no coração. É como se estivéssemos perdidos por caminhos sem solução.

Mas aprendo nesta mensagem, que se ainda houver um pouquinho de azeite na nossa dispensa, Deus poderá usar para nos projetar em caminhos de vitórias. O azeite é o Espírito Santo, e Ele habita em você.

E Deus pode multiplicar esse azeite, de forma a te ungir poderosamente, e te envolver com esse unguento Santo. E o que você tem em casa? O que você sabe fazer? As vezes achamos que é pouco, que é desprezível o que sabemos. Mas com a unção do Espírito Santo, esse pouco pode se transformar em abundância.

Deus usa as pequenas coisas para confundir as grandes. Deus usa os fracos para confundir os fortes. O seu poder se aperfeiçoa na fraqueza.

Peça, clame, ore, apresente a sua causa a Deus. E confie, faça, realize, pois com a unção do Espírito, enquanto houver vaso vazio o óleo não vai parar.

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