05/05/2019

CELEBRANDO A VIDA

Tenham sempre alegria, unidos com o Senhor! Repito: tenham alegria! […] Na minha vida em união com o Senhor, fiquei muito alegre porque vocês mostraram de novo o cuidado que têm por mim. Não quero dizer que vocês tivessem deixado de cuidar de mim; é que não tiveram oportunidade de mostrar esse cuidado.
Não estou dizendo isso por me sentir abandonado, pois aprendi a estar satisfeito com o que tenho.
Sei o que é estar necessitado e sei também o que é ter mais do que é preciso. Aprendi o segredo de me sentir contente em todo lugar e em qualquer situação, quer esteja alimentado ou com fome, quer tenha muito ou tenha pouco.
Com a força que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação
Filipenses 4.4; 10-13 (NTLH)

Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho.
Mahatma Gandhi

Felicidade. Alegria. Contentamento. Plenitude de vida. Paz interior. Equilíbrio. Essas são virtudes alvos de leituras, pesquisas, publicações, palestras e conferências de autoajuda. Isso porque, já diria Aristóteles que, “o fim último da vida humana é a busca pela felicidade”. Logo, o homem existe e busca a razão plena de sua existência na experiência da felicidade. Contudo, o que é essa felicidade? O que é a alegria? Será possível viver uma vida de contentamento e plenitude? Onde encontrar a paz interior e o equilíbrio emocional? Em face de um mundo capitalista, o foco de ser feliz e da alegria foi deslocado para a visão de ter a felicidade e a alegria. Portanto, a alegria perene, fruto do ser feliz como pessoa realizada, foi trocada pela alegria momentânea do ter a felicidade na coisa conquistada.

Diante desta realidade, só tem a felicidade quem conquista coisas. Se pudéssemos pensar em um “felicidômetro”, possível e imaginário medidor de felicidade, seu ponteiro acusaria o nível máximo de alegria de uma pessoa por ocasião do alcance de algo material ou status social: casa própria, carro do ano, emprego promissor, salários altos, casamento estável, filhos estudando em bons colégios e se projetando para o futuro, etc. Apesar de tudo isso ser importante e contribuir de alguma forma para uma momentânea sensação de “felicidade e alegria”, não estão nelas a fonte da plenitude e equilíbrio emocional de uma pessoa. Isso porque, muitos tem tudo isso, mas são infelizes e desequilibrados sentimentalmente.

E agora? Será possível viver uma vida de celebração da felicidade e alegria o tempo todo? Como agir quando a tristeza e a situação caótica batem à nossa porta? Nesta direção, precisamos refletir que para vivermos uma vida de contínua celebração, é preciso entender em primeiro lugar que a alegria não é ausência de tristeza, mas resultado da presença de Cristo em nós (4.4). Ser alegre e feliz não é nunca estarmos tristes, mas a convicção de que em Deus até a tristeza salta de alegria (Jó 41.22). Só pode celebrar a vida em plenitude quem pode declarar como Davi: Tu me farás conhecer a vereda da vida, a alegria plena da tua presença, eterno prazer à tua direita (Salmos 16.11). Assim como nosso mestre, a tristeza, (João 12.27), o choro (João 11.35), o abandono (Mateus 27.46) e a morte (Filipenses 2.8) podem bater a nossa porta. Contudo, também precisamos compreender que, assim como foi na vida do Senhor, muitas vezes Deus usa a dor temporária como plataforma da construção da alegria perene (João 12.24).

Em segundo lugar, verificamos que a alegria é o contentamento aprendido como resultado da superação da vida para além dos extremos (4.11-12). Nossa vida é cheia de altos e baixos. Assim, não há uma linearidade nos percursos da vida humana. A cada ano, mês, semana, dia, minuto ou segundo, novas situações se apresentam como desafios em nosso cotidiano. Portanto, da mesma forma que o salmista, não temerá más notícias; seu coração está firme, confiante no Senhor (Salmos 112.7). Nesta direção, contentamento é viver tendo tudo como se não tivéssemos nada. É estar em meio à multidão, mas ter a segurança e identidade pessoais. Celebrar a cada momento o dom da vida como oportunidade única do (re)encontro do eu interior com Deus Nosso Pai e Criador. Contentamento é alegria perene que jorra de um coração livre de qualquer prisão material e/ou emocional como muleta para a felicidade. Contentar-se é ser grato a Deus em tudo, aprendendo o equilíbrio emocional interior em meio aos percalços externos e extremos da vida.

Não tem jeito. Ninguém nasce sabendo ter contentamento. Isso é um eterno aprendizado. E são os momentos extremos que nos ensinam esta maravilhosa e fundamental virtude humana. Da mesma forma que a epígrafe acima, a felicidade não está no caminho, ele é o caminho. Logo, busca e ao mesmo tempo encontro. Diante disso, O Pregador-Sábio nos diz que a tristeza é melhor do que o riso, porque o rosto triste melhora o coração. O coração do sábio está na casa onde há luto, mas o do tolo, na casa da alegria (Eclesiastes 7.3-4). Além disso, Paulo nos afirma: Não só isso, mas também nos gloriamos nas tribulações, porque sabemos que a tribulação produz perseverança; a perseverança, um caráter aprovado; e o caráter aprovado, esperança. E a esperança não nos decepciona, porque Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que ele nos concedeu (Romanos 5.3-5).

Em último lugar, a alegria é fruto da força que Cristo nos dá em qualquer situação (4.13). Alegria verdadeira não é sorriso maquiado resultante de conquistas materiais, status social e/ou reconhecimento pessoal. Esta alegria é terrena, plástica, artificial e passageira. Não pode produzir em nós a satisfação plena que tanto buscamos nos percursos de nossa existência. Alegria é fruto perene de um relacionamento vivo, pessoal e constante com o Senhor. Deus é suma Alegria. Ele é a Fonte Única e real da satisfação que nos plenifica. Ele é a Água da qual temos sede, o Pão Vivo que desceu do céu para nos alimentar e o Abrigo acolhedor que precisamos para nos sentirmos seguros. Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos (Filipenses 4.4, ARC). O imperativo divino é que sempre devemos voltar a Deus, Fonte da Alegria, pois a qualquer momento podemos ser traídos por nossos sentimentos que querem trocar as águas vivas do Senhor pelas cisternas rotas do mundo material (Jeremias 2.13). Assim, viveremos cada dia em todo tempo dizendo para nós mesmos e para os outros: Este dia é consagrado ao nosso Senhor. Não se entristeçam, porque a alegria do Senhor os fortalecerá (Neemias 8.10b).

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